terça-feira, 20 de abril de 2010

Medo

Só quando a desgraça arromba sua porta é que nos damos conta de que a vida é efêmera mesmo.

Não foi diferente comigo. Foi ela aportar por aqui para me fazer sentir que amamos mais do que imaginamos, aqueles que amamos. Nós sabemos. Mas não sentimos.

E bate um medo. Medo de acordar pela manhã e saber que não está lá. Medo de querer falar, ver ou ouvir, mesmo brigar, e saber não poder.

Medo de perder o rumo, e até de olhar no espelho e não reconhecer mais quem é você, quando estiver sozinha.

Um medo diferente dos sobressaltos das sombras na janela do carro, pós-assalto.

Um medo de ter medo sempre. De não ter mais graça viver.

Sabendo que está ali, você decide, enfrenta, vive. Como será quando não estiver mais?

Acho que não vou aguentar. Quero ir antes. Pode me chamar de covarde. Não ligo. Só quero ir até meu fim, sabendo que nele estarei segura, pois estará ali, me vendo e ouvindo e então, não terei mais medo...

=(
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