quinta-feira, 3 de maio de 2012

máscaras





Sei que não devemos dizer que conhecemos as pessoas e que elas, por isso, inevitavelmente, irão nos desapontar, mas é sempre decepcionante descobrir que não conhecemos...

Haverá ainda alguém de nosso convívio íntimo que poderemos bradar convictamente, aos quatro cantos “Não! Eu conheço fulano! JAMAIS faria isso...”?  Haverá? Haverá alguém que passe pela nossa vida e faça com que a crença de que existem pessoas sem hipocrisia (ou menos hipócritas), pessoas que não usem máscaras, pessoas que não finjam, não adulem, sejam verdadeiras e não personificadas em anjos? Haverá? Claro que não. Hoje me vejo fingindo – que acredito, que não acredito, que gosto, que não gosto, que me importo ou não – e sigo, ainda a revelia do meu ser, meu caminho. O prejuízo por estar rodeado de pessoas assim é devastador. Amarrotam, como papel, a fé na credulidade de existirem pessoas que sejam confiáveis, e sabemos que papel amassado não volta à sua forma original.
Gostaria muito de afirmar para mim mesma que essa fé é inabalável, mas estaria sendo hipócrita – e usando mais uma das muitas máscaras que, forçosamente, aprendi confeccionar...




"Que a vida é em parte um baile de máscaras com as quais nos seduzimos uns aos outros, e nos enganamos diante do espelho, é sabido. O perigo reside na hora em que a última das máscaras cair, e tivermos de ver, nos grandes espelhos, um rosto preso ao nosso corpo, mas que parece não ter nada a ver conosco." Lya Luft




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