
Sei que não
devemos dizer que conhecemos as pessoas e que elas, por isso, inevitavelmente,
irão nos desapontar, mas é sempre decepcionante descobrir que não conhecemos...
Haverá ainda
alguém de nosso convívio íntimo que poderemos bradar convictamente, aos quatro
cantos “Não! Eu conheço fulano! JAMAIS faria isso...”? Haverá? Haverá alguém que passe pela nossa
vida e faça com que a crença de que existem pessoas sem hipocrisia (ou menos
hipócritas), pessoas que não usem máscaras, pessoas que não finjam, não adulem, sejam verdadeiras e não personificadas em
anjos? Haverá? Claro que não. Hoje me vejo fingindo – que acredito, que não
acredito, que gosto, que não gosto, que me importo ou não – e sigo, ainda a revelia
do meu ser, meu caminho. O prejuízo por estar rodeado de pessoas assim é
devastador. Amarrotam, como papel, a fé na credulidade de existirem pessoas que
sejam confiáveis, e sabemos que papel amassado não volta à sua forma original.
Gostaria
muito de afirmar para mim mesma que essa fé é inabalável, mas estaria sendo
hipócrita – e usando mais uma das muitas máscaras que, forçosamente, aprendi confeccionar...
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