sexta-feira, 25 de maio de 2012


Recebi ontem, de um amigo, um e-mail de agradecimento por fazer parte da vida dele, encaminhado também para mais amigos.
Fiquei pensando que a vida passa rápido e lembrei-me de uma conversa que tive com minha avó, recentemente falecida.
Certo dia ela disse que, no tempo de sua mocidade, visitava-se com certa frequência os amigos. Era uma dedicação formal, uma prática social. Vestiam-se com esmero para tal. Tomavam o trem ou bonde e ainda caminhavam muito para visitar outra família amiga - ou um parente. Motivo de confeccionar quitutes e bolos deliciosos. Motivo de festejos. E seguia narrando, não para mim, mas para ela mesma, com saudosismo na voz, fitando o horizonte, com riqueza de detalhes: precisavam ligar para um vizinho da rua e pedir para chamar quem gostariam de falar para marcar a data; os sapatos eram engraxados e polidos um dia antes; as roupas, engomadas; preparavam com antecedência guloseimas para presentear o anfitrião; e a benção era pedida quando do encontro.
Percebi que ela revivia o momento. Continuava sua história até que comentou, em tom de queixa, que hoje em dia nós tínhamos muito mais facilidades e nos encontrávamos somente nas datas festivas, rapidamente. Possuíamos carros, telefones, metrô, muitas linhas de ônibus e agora telefones celulares, mas nunca tínhamos tempo de, ao menos, realizar uma ligação para dar um oi. A queixa não era só por não visitarmos mais frequentemente sua casa. Tenho certeza que fazia referência à falta de comunicação entre nós mesmos, parentes próximos. Tive um mal estar por saber que ela estava certa e que, mais que correria diária, era pura falta de interesse e descaso, essa nossa carência de preocupação com os mais chegados, afinal, quando queremos mesmo, fazemos acontecer.
Bom, narrei isso tudo para dizer, ainda que virtualmente, àqueles que não vejo com muita frequência que, apesar da distância, apesar desse descaso, tenho todos em alta estima.
Tenham uma excelente semana...

=]

Visite os amigos com frequência. O mato cresce depressa em caminhos pouco percorridos.
Provérbio escandinavo.

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